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Déficit de Atenção e Hiperatividade em Adultos

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é caracterizado pela desatenção, hiperatividade e impulsividade, com início percebido na maioria das vezes durante infância ou início da adolescência, especialmente no ambiente escolar, porém com prejuízo em outros contextos da vida. Pode ter como apresentação desatenção associada à hiperatividade e impulsividade ou somente predominarem sintomas de desatenção ou hiperatividade.

Apesar de o TDAH ser frequentemente tratado somente na infância e adolescência, cerca de 2/3 dos pacientes mantém os sintomas ocasionando prejuízos na idade adulta, mesmo tentando aplicar técnicas e estratégias compensatórias para lidar com seus déficits e tentar minimizar as repercussões negativas em relação aos relacionamentos interpessoais, sociais, familiares, acadêmicos e profissionais.

A desatenção, hiperatividade e impulsividade se manifestam nos adultos de forma distinta da apresentada na infância e adolescência. Em adultos frequentemente os sintomas de desatenção são: dificuldade em manter foco em atividades monótonas ou repetitivas; ter erros frequentes por desatenção; não completar projetos ou atividades, cursos e faculdades, muitas vezes desistindo após concluir etapas difíceis; evitar ou adiar trabalhos que exijam atenção e concentração; ter dificuldade para manter o ambiente organizado, colocando objetos em locais diferentes ou perdendo-os com muita frequência; esquecer-se de compromissos ou obrigações; esquecer-se de retornar ligações ou dar recados; chegar atrasado, ter pouca noção da passagem do tempo ou precisar do prazo limite para executar os projetos; distrair-se com barulhos ou atividades a sua volta, entre outros.

A hiperatividade e impulsividade podem se manifestar por meio de sensação de agitação e inquietude, dificuldade em permanecer parado, mexendo-se na cadeira, balançando pés ou levantando-se quando deveria permanecer sentado; dificuldade para relaxar, procurando atividades para fazer mesmo no tempo livre; falar demais em situações sociais, interrompendo outras pessoas, terminando suas frases ou respondendo antes de a pergunta ser finalizada; dificuldade em esperar em filas ou no trânsito; buscas por atividades estimulantes e com alto risco, por ex. abuso de drogas, apostas em jogos, entre outros.

Por conta dos sintomas, as pessoas com TDAH não tratadas tem maior risco de não concluir cursos e faculdade, ter trocas frequentes de empregos, falta de controle financeiro, divórcios e términos abruptos de relacionamentos, maior incidência de acidentes de trânsito, dentre outros prejuízos. Além disso, podem apresentar comorbidades com transtorno de ansiedade, depressão, adição por drogas, jogo patológico e compulsão alimentar.

O indivíduo com déficit de atenção e hiperatividade deve ser avaliado para que se defina o melhor tratamento, visando redução de prejuízos, reabilitação e melhora da qualidade de vida.

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